quarta-feira, 30 de março de 2011

Um cê a mais por Manuel Halpern



Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo? Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.
Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção,
mas por outro lado é ótimo que já não tenham.
As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção, nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a atrapalhar.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Os Maias de Eça de Queirós em formato digital e audiolivro




Trata-se da obra-prima de Eça de Queirós, publicada em 1888, e uma das mais importantes de toda a literatura narrativa portuguesa. Vale principalmente pela linguagem em que está escrita e pela fina ironia com que o autor define os caracteres e apresenta as situações. É um romance realista (e naturalista), onde não faltam o fatalismo, a análise social, as peripécias e a catástrofe próprias do enredo passional.

A obra ocupa-se da história de uma família (Maia) ao longo de três gerações, centrando-se depois na última geração e dando relevo aos amores incestuosos de Carlos da Maia e Maria Eduarda.

Mas a história é também um pretexto para o autor fazer uma crítica à situação decadente do país (a nível político e cultural) e à alta burguesia lisboeta oitocentista, por onde perpassa um humor (ora fino, ora satírico) que configura a derrota e o desengano de todas as personagens.

Fonte:http://clubedaleitura.clix.pt

A biblioteca Digital da Porto Editora disponibiliza  o livro, tenha acesso a ele,  aqui

Se preferir o audio-livro, poderá ouvir no Youtube em 2 partes através dos seguintes links. narração real pt/br
Os Maias de Eça de Queirós - parte 1
Os Maias de Eça de Queirós - parte 2

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segunda-feira, 14 de março de 2011

O Coração e a Garrafa de Oliver Jeffers

O Coração e a Garrafa fala-nos de uma menina fascinada com o mundo à sua volta. Até que um dia algo aconteceu que a fez pegar no seu coração e guardá-lo num sítio seguro. Pelo menos durante algum tempo… Só que, a partir daí, nada parecia fazer sentido. Saberia ela quando e como recuperar o seu coração? Com esta história comovente, Oliver Jeffers explora os temas difíceis do amor e da perda, devolvendo-nos, de maneira notável, um sopro de alento e de vida.
fonte Wook
O Coração e a Garrafa, de Oliver Jeffers
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Oliver Jeffers




Oliver Jeffers nasceu na Irlanda do Norte em 1977, e cresceu em Belfast. Começou por expor o seu trabalho, em várias pequenas exposições em Belfast 1995-1998, antes de começar a ilustrar capas de livros de editoras locais. Formou-se  na Universidade de Ulster, com uma licenciatura em Comunicação Visual, em 2001.

De 1999 a 2000, viajou para a Austrália, fixando residência em Sydney   tornando-se um ilustrador freelancer e pintor, trabalhando para várias revistas, e ilustrando para o café Lavazza Companhia.

O primeiro livro que  escreveu e ilustrou foi "Como pegar uma Estrela" (2004), que foi indicado para o início Booktrust 2004 Prémio Anos (Best New Illustrator). "Achados e Perdidos" (2005) ganhou 2005 Nestlé Children's Book o prêmio (Prêmio de Ouro ) em 2005, de 2006 Blue Peter Book of the Year Award, e foi indicado para o Kate Greenaway Medal. O Incrível Rapaz que comia Livros (2006), foi selecionado para 2007 British Book Awards Children's Book do ano. 

Oliver Jeffers continua a exibir o seu trabalho em Londres, Irlanda, Austrália e nos EUA, e comprometeu-se para comissões de ilustração em várias organizações, incluindo Starbuck's, laranja, e Sony PSP. É também é co-fundador da arte colaborativa, OAR.

Seus últimos livros publicados são O Grande Livro Caper (2008) e O Coração ea garrafa (2010). Em 2008, Lost and Found foi transformada em uma animação que foi exibido no Channel 4, e mais tarde ganhou BAFTA Children's Award para uma Melhor Animação.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Incrivel Rapaz Que Comia Livros

Excelente livro para crianças, de uma beleza fantástica e um sério apelo à leitura como veículo de aprendizagem.
Sónia Morais Santos, faz uma descrição pormenorizada das sensações que advém deste pequeno livro.

Começa pelo cheiro. A tinta, a papel reciclado, um cheiro bom a livro que se prolonga pelas páginas e aumenta de cada vez que se passa uma página.
Depois, continua pelo papel, grosso, quase da família de um quase cartão, que dá vontade de mexer, de fazer deslizar as mãos abertas, uma e outra vez, de sentir a textura.
A seguir vêm as ilustrações, de Oliver Jeffers, escritor, ilustrador, pintor, artista multidisciplinar. Com pedaços de folhas de cadernos imbutidas, com letras de outras impressões desbotadas, como se o livro fosse composto por páginas de outros livros, reaproveitadas, renascidas. Até porque é essa a ideia da história – o quarto bem precioso deste livro. É que tudo gira em torno de Henrique, um menino que adorava livros. “Mas não exactamente como nós adoramos livros.” É que este menino adorava comer livros. Começou por engolir uma palavra, depois mastigou uma frase, seguiu-se uma página inteira. E folha após folha deste O Incrível Rapaz que Comia Livros, lá estão as letras de outros livros presentes na ilustração, como se fossem um descuido, um acidente gráfico, mas a marcar a presença na vida da obra, tal e qual como marcam presença na vida do Henrique.
Entretanto, o Henrique foi ficando cada vez mais esperto. Uma verdadeira enciclopédia. Começou a devorar vários livros ao mesmo tempo. E foi então que as coisas começaram a correr menos bem. O Henrique adoeceu. E é então que o humor de Oliver Jeffers se refina, e os miúdos vão rir muito quando lerem a palavra “Gregório” numa espécie de legenda por baixo da imagem do Henrique de cabeça dentro de uma sanita. É que isto de comer livros não é bom para as digestões. E por isso, o Henrique teve de encontrar uma outra forma de lidar com os livros.
Por Sónia Morais Santos em Time Out Lisboa

Este vídeo permite-nos passar os olhos pela história e pela qualidade das imagens, o resto só manuseando.

domingo, 6 de março de 2011

EARTH SONG by MICHAEL JACKSON (CENSURADO NOS EUA)

Vale a pena recordar!
 "Earth Song" nunca foi lançada como single nos Estados Unidos, historicamente o maior poluidor do planeta.
Filmado em África, Amazónia, Croácia e New York. 



Michael Jackson - Earth Song por eltonbg no Videolog.tv.

sábado, 5 de março de 2011

Inês da Minha Alma Isabel Allende

"Sou Inês Suárez, moradora da leal cidade de Santiago da Nova Extremadura, no Reino do Chile, no ano de 1580 de Nosso Senhor. Não tenho certeza da data exata de meu nascimento, mas, segundo minha mãe, nasci depois da miséria e da tremenda pestilência que assolou a Espanha quando morreu Felipe, o Belo."

Inés Suárez é uma jovem e humilde costureira oriunda da Extremadura que embarca em direcção ao Novo Mundo para procurar o marido, extraviado com os seus sonhos de glória do outro lado do Atlântico. Anseia também por viver uma vida de aventuras, vedada às mulheres na pacata sociedade do século XVI.
Na América, Inés não encontra o marido, mas sim uma grande paixão: Pedro de Valdivia, mestre-de-campo de Francisco Pizarro, ao lado de quem Inés enfrenta os riscos e as incertezas da conquista e fundação do reino do Chile.
Neste romance épico, a força do amor concede uma trégua à rudeza, à violência e à crueldade de um momento histórico inesquecível. Através da mão de Isabel Allende, confirma-se que a realidade pode ser tão ou mais surpreendente que a melhor ficção, e igualmente cativante.
fonte:wook

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